quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dependência

  É aqui, e é agora. Essa é minha condição. Dependência não é um dom, é uma conseqüência. É relativo. É como se.... Bom. É como se quando o inverno chega e o frio vem, o ar um tanto quanto seco e difícil de se respirar, trouxesse junto contigo a neve que cobre todo o chão. Você, em um ato espontâneo, se põe sobre aquela imensa branquidão, e com movimentos leves e um tanto quanto sem rumo, vão me fazendo surgir. A movimentação contínua de seus membros vão moldando meu formato e assim eu vou começando a crescer, evoluir aos poucos. E aqui estou, como um anjo na neve. Que precisei do seu calor, da sua intenção e de sua coordenação para existir. A verdade é que... Bom. A verdade é que por sua causa, e somente por isso, eu pude existir e agora estou aqui, estampado nesse tapete branco e gelado, me destacando. Não sou apenas mais um monte de neve, e nem tão frio. Tenho forma, e de uma maneira discreta eu estou aqui. Bem aqui. De você, e para você. E dependi de você para isso. Para que pudesse não ser apenas mais um monte de gelo levemente amontoado, que passou a existir apenas como fenômeno da natureza, e sim um simbólico anjo. O que me completa e me faz perceber o quão importante eu sou, é que você e só você caberia perfeitamente em mim. O meu molde e cada espaço é seu. O seu tamanho, é o meu tamanho. A minha profundidade é o seu peso, e isso faz de nós o encaixe perfeito. Mas por favor eu lhe peço, enquanto o inverno existir não se afaste de mim. Enquanto o frio se sobressair, não hesite em vir novamente me moldar sempre que neve ou folhas secas sobre mim cair. Deite sobre mim, e me permita lhe acolher em meus braços, e como no papel de um anjo te proteger. Pois, sabe.... Assim como o tempo passa, vem as estações. E quando, por ora, o inverno não mais "existir", eu fico mais distante de você. E sem você eu vou perdendo o meu formato aos poucos. A cada dia que passa, mais gelo cai sobre mim fazendo com que eu me disperse sobre aquela imensidão branca. Então eu vou deixando de existir. Eu, que graças a você pude me destacar, vou perdendo a minha graça e meu encanto e virando neve. Apenas neve. De uma única estação do ano.
  No mundo existem dois tipos de pessoas: Os criadores, e seus bonecos de neve. O que eu quero dizer é que... Bom. É que cada pessoa deveria encontrar o seu encaixe perfeito, alguém que mais te completa e não abandoná-lo jamais, para que o muito se torne pouco em relação ao tempo em que nem as 4 estações poderiam recuperar.

sábado, 17 de julho de 2010

Onde estiver...

Somos a perfeita sincronia. Nossas vozes juntas, o melhor timbre. O ápice do equilíbrio entre muito e pouco. Muito pouco? Talvez. A junção da estratégia bem montada com o raciocínio mais ilógico. Somos a mistura da ilusão com a percepção. Abro os olhos e vou em frente, usufruindo daquilo que se faz presente. No meio de tantos outros, estamos aqui, correndo em direção ao vão. Correndo pra eternidade, buscando liberdade, gritando a saudade que mora aqui dentro. Somos, juntos, nosso leito. O contato mais perfeito. O toque que concretiza o que em mil palavras eu não poderia encontrar. Para que ao invés de si mesmos, um ao outro nos amar. Somos, juntos, o sonho além das nuvens, onde céu não é o limite. Dançamos na melodia da tristeza, em busca do acorde mal-feito. Somos, juntos, a correção do inimaginável desastre interior. A união dos destroços de uma relação destruida. Como uma única alma, em dois seres distintos. E o que faz de nós, juntos, esse mistério do coração? Talvez por que ainda não nos conheçamos, exista tanta perfeição.
                       Onde estiver
                          vou te encontrar!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O gostinho de gostar.

Gosto de ser feliz, e para ser feliz tem que se gostar. Gosto de gente bonita. Interiormente! Gosto do abraço apertado, do sorriso singelo, do beijo demorado, da pessoa transparente, de gente que gosta de gente. Gosto do desarrumado, do amigo confiável, da companhia inseparável. Nem o início, nem o fim. Gosto do durante. Nada de mudanças, meu negócio é a permanência. A lágrima sincera, o conselho sutil, a palavra de conforto, o doce mais gostoso. A indireta-direta. Aquele olhar que substitui mil palavras. O certo-errado. O avesso. O contrário. Gosto das coisas simples, e o lado simples de todas as coisas. Gosto de ser. Crescer. Existir. Fazer! Gosto dos "enfim's" e dos "pois bem's". Gosto do aprender. Do apreender. Surpreender. Compreender. Gosto do dificil. O hostil. O desafiador. Gosto de orar. De em Deus acreditar, à Ele recorrer e com Ele conversar. Gosto do vilão dos quadrinhos. Do coadjuvante e não do protagonista. Talvez, quem sabe, o antagonista. Do suporte, e não da liderança. Gosto do Tom e não do Jerry. Gosto do engraçado e, não raro, daquilo que por si só nos arranca um sorriso. Gosto dos gostares, e gostando vou levando a vida.